Paz, fraternidade ou confraternização?
Qual é a festa de primeiro de janeiro? De onde ela veio?
Como sabemos, Jesus era judeu e, como mandava a religião, uma semana após nascer, ele foi circuncidado. Quando a Igreja Romana estabeleceu o dia 25 de dezembro como a festa do nascimento de Jesus, o dia 1º de janeiro ficou sendo o dia da Circuncisão do Senhor. Mas essa festa era meio sem jeito, e foi ficando esquecida. Então, em 1931, a Igreja a trocou pela festa da Mãe de Deus. Em 1967, o papa Paulo VI sugeriu que todos celebrassem a paz mundial nesse dia. Assim, desde 1968, o dia 1º de janeiro é o Dia da Paz da Igreja Católica. Que é diferente do Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, definido pelas resoluções 36/67 (1981) e 55/282 (2001), e associado à abertura anual da Assembleia Geral da ONU.
A história da fraternidade é mais curiosa. Enquanto o Brasil foi colônia e monarquia, seguia os dias santos da religião oficial, o catolicismo. Após a proclamação da república, o Decreto 155-B, de 14/01/1890, estabeleceu os feriados oficiais do país. Entre eles estavam os dias 1º de janeiro, "comemoração da fraternidade universal", e 13 de maio, "comemoração da fraternidade dos brasileiros". E sabe por que a fraternidade era tão digna de festa? Porque, assim como ocorreu em muitos eventos políticos anteriores, o movimento republicano foi liderado pela maçonaria, e a fraternidade é um dos seus princípios básicos.
Quanto à confraternização, penso que foi uma alteração de "fraternidade", porque os termos são quase sinônimos. Mas para mim, foi uma ideia genial. Num país em que precisamos cultivar o respeito e a boa convivência entre crenças e culturas diferentes, e também lutar contra as desigualdades e a intolerância, mais que festejar conceitos que podem esconder os conflitos, precisamos confraternizar, agir, ir ao encontro dos outros para construir a fraternidade.
